quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Porto



Há muito tempo que não visitava o Porto. Os meus últimos dias, como era de esperar, têm sido uma corrida desenfreada pelas ruas do porto, a tratar de fazer as mudanças para a "casa nova", à espera em filas enormes para efectuar a matrícula na Faculdade e toda uma diversidade de coisas que é necessário fazer quando se muda de cidade.

A ideia que tinha do Porto era a de uma cidade fria, cinzenta, feita apenas de betão armado. Hoje, visto que tinha algum tempo livre de tarde, resolvi ir conhecer, a pé (os malditos calcanhares já se queixam), um pouco mais da cidade, para me ir habituando e ir observando os locais e as ruas. Decidi então perguntar se existia alguma biblioteca nesta zona - as pessoas, apesar de já me terem dito o contrário, são muito simpáticas, prontas a ajudar, extremamente hospitaleiras. Indicaram-me a Biblioteca Almeida Garrett, situada no Palácio de cristal.

Em anos passados, já tinha vindo ao Palácio de Cristal em visitas de estudo escolares e com os pais, mas nunca sozinha e digo: estou maravilhada. Sentei-me num banco de madeira com vista para um lago e estou aqui tranquilamente a escrever este mesmo texto.

É incrível o clima de paz e harmonia com a Natureza que se vive. A paisagem com vista para o rio Douro é magnífica, o som do rebolar das folhas secas das árvores que já adivinham o Outono, tudo isso é um óptimo calmante natural. Vêem-se patos a brincar, ou simplesmente a viver mais um dia despreocupado, as famílias passseiam de mãos dadas, casais de namorados trocam mimos e abraços, ouvem-se rastos de conversas e gargalhadas dos jovens sentados nos muros a conversar alegremente e há ainda pessoas que aproveitam para descansar um pouco, enquanto saboreiam a tranquilidade do local, fechando-se num mundo completamente á parte daquele que se vive dos portões do Palácio de Cristal para fora, com os tormentos do dia-a-dia e da cidade movimentada.

Os jardins do Palácio de Cristal passam, então, a ser o local de eleição para uma tarde bem passada e a cidade do Porto um bom lugar para se viver.

[Este texto foi escrito por volta das 15h30 do dia 15 de Setembro]

sábado, 12 de setembro de 2009

Colocações 2009/2010


Ontem vim muito descansadinha ao messenger e qual não é o meu espanto, quando entro, ao ver um monte de janelas a abrir-se sem mais nem menos. "Oh, lá vou eu ter de fazer mais um scan ao computador por causa dos vírus!", pensei. Fiquei ainda mais espantada quando vi as mensagens: "AS COLOCAÇÕES SAEM HOJE". Fiquei com o coração nas mãos. Muito nervosismo, muitos "AIIIII", muita preocupação. No momento em que os meus amigos começaram a receber e-mails (e a mim nunca mais me enviavam nada), entrei em pânico! Já não sabia se a minha matrícula tinha sido validada, fartei-me de ver em todas as pastas do correio electrónico (até no lixo electrónico vi!) e nada. Que desespero! Por fim, por volta das 18h, entrei por acaso no "correio elecrtónico não solicitado" (nunca tinha reparado que isso existia, sequer) e lá estava o belíssimo e-mail:
Resultado:  Colocada
Estabelecimento: [1106] Faculdade de Farmácia
Curso: [9494] Ciências Farmacêuticas

Entrei na 1ª opção!
Depois, entre lágrimas e sorrisos de tristeza e alegria, passámos o resto da noite a ver médias.
Fiquei triste por nem todos os meus amigos terem entrado. A única coisa que podemos fazer é reconfortá-los, dado que sempre têm a 2ª fase. Mas por mais que tentemos, sei que é horrível ver toda a gente a entrar, muito feliz, e tentar ter esperança que se entre na 2ª fase.
Enfim, estou feliz por mim mas muito triste pelos meus amigos.
Agora resta esperar e, enquanto isso, já arranjei casa. Agora é preparar tudo para começar uma nova vida! Estou ansiosa...

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Optimismo


Não tenho vindo cá. As férias estão um pouco entediantes para ter sempre novos assuntos e confesso que tenho dado algumas férias ao cérebro, penso o mínimo que posso, e desconfio que estou a ficar ignorante, para não dizer burra (lol). As paragens cerebrais são cada vez mais frequentes. Eu culpo as férias e espero bem que seja isso. Se não for, paciência. Há coisas piores.
É este pensamento positivo que tenho tido. Não falo só dos meus momentos de ignorância (ok, foi para introduzir o tema "optimismo", mas é verdade que tenho tido algumas paragens), falo também da minha vida. As coisas nem sempre correm bem como estamos habituados a ver nos desenhos animados (ah pois, eu vejo desenhos animados, o que pensam?) mas se nos imaginarmos uma Branca de Neve ou um Robin dos Bosques, se "soubermos" que vamos ter um final feliz, acabamos sempre por ser mais felizes e mais capazes de atingir os nossos sonhos.
Faço um apelo aos meus visitantes: SORRIAM! Adiram à boa disposição.

A propósito, passei hoje no exame de condução (tinha de introduzir a notícia de alguma forma). Mais uma prova de que o optimismo (e também algumas cantorias - ou ruídos estridentes - que os vizinhos aturam antes de cada prova que me ponha nervosa) ajuda.

[E agora vou dar umas espreitadelas aos cantinhos alheios]

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Vida Pré-Universitária

Depois de várias semanas sem vir à "casa" (entenda-se "casa" por blog), qual não é o meu espanto ao ver tudo desarrumado e desconfigurado. Pois bem! A casa tinha de ser remodelada e decorada do início. Passei a tarde a escolher fundos (quando não se tem que fazer e a imaginação não dá para mais, há que fazer coisas inúteis) e por fim lá escolhi este. VERDE, como não podia deixar de ser. Este ano ganhei uma tara por verde: abro o armário da roupa e vê-se uma enorme mancha verde; a estante está colorida com dossiers e cadernos em vários tons de verde; mudei os edredons do quarto para verde; o meu estojo e a minha mochila são verdes; resumindo, passei a preferir o verde às outras cores. Ainda não percebo muito bem o porquê da mudança. A verdade é que, daqui a uns dias farto-me da cor e descubro que tenho de trocar tudo por coisas de outras cores. Mas sempre é preferível o verde ao roxo, que se tornou uma obcessão para muita gente durante este ano.
Contudo, consegui moderar o verde no blog. Acreditem: é um grande feito :D
Espero que gostem da nova decoração do estaminé.

Bem, mas eu vim aqui trazer novidades sobre o que tenho andado a fazer. Nos últimos dias tenho andado ocupada com as aulas de condução, entretanto comecei a dar explicações a um miúdo, o meu pai entrou de férias e não perde um raio de sol (quer ir todos os dias à praia e lá tenho eu de ir com ele). O tempo que me sobra é para os amigos (com quem tenho tido dificuldade em conversar, visto estar tudo de férias) e tratar assuntos relacionados com a vida pré-universitária (como eu adoro dizer isto! xD) como, por exemplo, procurar casa, falar com estudantes do curso que vou iniciar, procurar informações sobre bolsas, pedir ajudas para escolher o novo portátil. Enfim, uma quantidade de coisas que me dá grande prazer em fazer de tão novo que é. Estou tão ansiosa pelo início do ano lectivo.
De qualquer das formas, viver sozinha não vai ser fácil (vou ter de aprender a cozinhar). O primeiro ano é complicado: não conhecemos ninguém, é tudo novo e sentimo-nos perdidos no meio de uma multidão de estudantes que aspiram a um futuro parecido com o nosso, sendo que esse é o único aspecto que nos leva a aproximar. Há a Praxe, que nos ajuda a integrar na vida académica mas nos últimos anos temos assistido a uma decadência das tradições da Praxe, que dantes ensinava aos estudantes valores importantes, para nos ajudar a crescer e a existir (não no sentido material mas no sentido pessoal).

A Universidade é a ponte de passagem para a vida adulta e, por isso, é natural que comecemos a desintegrarmo-nos do "ninho" e comecemos a voar. Claro está que vou sentir imensas saudades das pessoas com quem vivi os melhores momentos dos últimos anos da minha vida mas a vida é uma costante renovação de experiências em que os verdadeiros sentimentos permanecem intactos.


segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Alguém conhece o jogo "I never"? Para quem nunca ouviu falar, passo a explicar. O jogo consiste em dizer uma coisa que nunca se fez (ou que nunca se assumiria ter feito). É um daqueles jogos do género de "Verdade e Consequência", que se jogam quando estamos entre amigos e sem nada mais interessante para fazer do que dizer parvoíces (muitas delas verdadeiras). Foi através destes jogos que se criaram grandes cumplicidades entre amigos, mas também várias intrigas.
Mas voltando ao I never, hoje dei comigo a pensar, através deste jogo, nas coisas que nunca fiz. Algumas porque nunca me lembrei de fazer, outras porque nunca tive coragem de fazer apenas porque é políticamente incorrecto e por vezes os fins não justificam os meios. Foi nesta segunda questão que me detive.
Nos últimos dias, uma amiga tem vindo pedir-me conselhos acerca de uma coisa que ela tem vontade de fazer mas que não faz porque sabe que é pouco correcto. Inicialmente, disse-lhe "Não faças" porque sabia que se alguma coisa desagradável acontecesse (e há grande probabilidade de isso acontecer), isso trazer-lhe-ia consequências, embora não muito graves.

Hoje, depois de muito pensar, começo a achar que me estou a condicionar demasiado por aquilo que o bom senso diz que não é correcto. Tudo bem, eu sempre fui certinha, raramente piso o risco. Mas por vezes, se pisar, que mal tem? Ninguém é perfeito, todos temos as nossas fraquezas e tentações, somos humanos! E a juventude passa também por este desejo de arriscar. Agora que penso neste assunto, tenho a sensação que estou a perder parte da minha juventude.
Em relação à minha amiga, estou cheia de dúvidas. Agora tenho uma opinião um pouco diferente e compreendo-a. Posso sempre substituir o conselho inicial por um "Faz, mas com moderação!". Mas será que é correcto aconselhar satisfazer um capricho que lhe levantará o ego, mas lhe poderá trazer pequenas consequências a nível social?
Não sei o que fazer. Cada vez me acomodo mais e não pode ser assim. Se isto continuar a acontecer, a vida vai perdendo a essência. Quero correr riscos (moderadamente, é claro) sem medos!


Mais vale uma vida moderada e com significado, sempre com desejos e fantasias por concretizar (porque são pouco correctas, evidentemente), ou uma vida com riscos, que garantem a sua essência e, consequentemente, a felicidade instantânea?


terça-feira, 28 de julho de 2009

Não sei o que se passa comigo. Estou estúpida, totalmente distraída e despassarada. Começo a achar que as férias me fazem mal ao cérebro. Tudo bem que há dias assim, mas hoje superei!
Tive aula de condução e, obviamente, é preciso concentração. Pois bem, isso foi o que menos consegui ter. Ou era porque passava um carro conhecido, ou porque passava um cão e ficava montes de tempo a olhar a tentar perceber se seria abandonado ou não (é um assunto que me anda a preocupar, este do abandono dos animais durante a época de férias), ou porque me lembrava das conversas traumatizantes com um amigo meu sobre ovnis e olhava para o céu à procura de uma possível nave espacial, ou então lembrava-me que a seguir ia passar o resto da tarde com uma das pessoas de quem tinha mais saudades, ou então porque me passavam coisas pela cabeça do mais inimaginável que se pode imaginar. Passava-me tudo pela cabeça, menos aquilo que realmente importava e que estava a fazer. Como era de esperar, a aula não correu bem. A certa altura, o intrutor diz-me "Tu hoje estás nervosa" e eu a pensar "Quem me dera estar! Se fosse só isso...".
É impressionante os limites (ou a falta deles) da nossa imaginação (ou da minha). Não entendo esta capacidade psíquica.
E a seguir ao excesso de imaginação vem a ignorância. Pequenos exercícios mentais, como contas de subtrair, por exemplo, hoje tornaram-se verdadeiros problemas.

O que hei-de fazer? Há dias assim e, como me disse um amigo a quem contei o problema, há coisas piores, pateticamente falando. Resta-me ser paciente e esperar que a paranóia passe.

Uma boa semana! :D

domingo, 26 de julho de 2009

Impressiona-me a frieza das pessoas. Eu admito que sou fria, mas com peso e medida. Impressiona-me o excesso de disfemismos que se utilizam oralmente, impressiona-me a insensibilidade, causa-me desespero, até. Estou cansada de viver com estas pessoas. Ao longo de todos estes anos tive de aprender a proteger-me sozinha porque desde cedo percebi que estava sozinha neste mundo. As pessoas que passavam a maior parte do tempo comigo viviam noutro mundo completamente diferente do meu, completamente à parte, onde apenas interessa o dinheiro. Hoje sinto que parte da minha infância esteve condicionada e agora querem-me tirar a minha sanidade? Não pode ser. Tenho de pôr um ponto final nisto tudo. O dinheiro não vale tanto assim. Os sentimentos são preciosos e, se me querem ferir, ao menos que utilizem os argumentos correctos.
Apesar de tudo, noto que sou extremamente insegura. Talvez todo este desespero tenha contribuído para isso. Agora reparo que sempre fui insegura. Criaram-me assim e eu não soube contornar o problema. Preciso de uma mudança rápida de vida, antes que me torne um adulto frustrado.
Este cansaço apodera-se de mim de dia para dia.